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sexta-feira, 19 de março de 2010

QUEM FOI GLAUCO VILLAS BOAS


Paranaensede Jandaia do Sul, Paraná,nasceu em 10 de Março de 1957. Foi um desenhista, cartunista e líder religioso brasileiro. Ele pertencia à família dos sertanistas Orlando, Claudio e Leonardo Vilas Boas.Como também da tradicional família Almeida de Jandaia do Sul.Filho de Maria Aparecida Almeida Villas Boas e Odilon Villas Boas.


Mudou-se para Ribeirão Preto em 1976, lá publicando seus primeiros trabalhos no Diário da Manhã.

Em 1984 começou a publicar no jornal Folha de São Paulo, onde desenvolveu os personagens Geraldão, Casal Neuras, Doy Jorge, Dona Marta e Zé do Apocalipse. Fez parte do elenco de redatores da TV Pirata e de alguns quadros do programa infantil TV Colosso, ambos da Rede Globo.

Músico, também tocava em bandas de rock. Para o público infantil, leitor do suplemento semanal "Folhinha" criou o personagem Geraldinho, que é uma versão light (no traço e na temática) do seu personagem Geraldão.

Glauco era adepto do Santo Daime, e foi padrinho fundador da igreja animista Céu de Maria, que ficava em sua casa em Osasco.

fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Glauco_Villas_Boas
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

FOTOS DE GLAUCO VILLAS BOAS






HOMENAGEM DOS AMIGOS PARA GLAUCO VILLAS BOAS







re (?) viver


tanto tempo,sem tempo
e o tempo correu feito louco
fazendo dos momentos
ora sorrisos ora lágrimas

e num instante percebo
que já estou vivendo
apenas de saudades.

Sandra Almeida

QUEM É FÁTIMA MORAES


Nasci em Serra Talhada, Pernambuco, em 13 de outubro de 1960.

Aos 15 anos despertei para a literatura.

Fazia versos e amava os livros de poesia e de contos que conseguia através da biblioteca pública

de minha cidade. No ano de 2005 escrevi um livro de poesias "POEMAS EXPULSOS", com recursos

próprios. Desde então venho escrevendo quase que diariamente, pois para mim é um prazer e necessidade.

Tenho mais dois livros escritos, LADO AMARGO e ÍNTIMOS, ambos de poesias, mas ainda sem publicação


Maria de Fátima Moraes de Araújo

O POETA____FÁTIMA MORAES


Lá vai o poeta...
Carregando a dor do mundo
Vendo tudo que não vemos
Inventando outras tantas
Lá vai ele, tropeçando
Cuidado poeta
Que na queda, pode não vir à ajuda
Podem nem percebê-lo
Nesse trânsito louco, nessa pressa
Para o almoço
E o poeta segue curvo
Carrega o peso do mundo
Se, por ventura me encontrares
Divide comigo essa carga
Que também eu, sofro desse mal
Também eu, carrego o mundo

Fátima Moraes

O LOBO__FÁTIMA MORAES


Um velho lobo mora em mim...
E faminto acorda cedo
Sai e uiva seus segredos
Acima do vilarejo
É a contragosto belo
E tem olhos azuis
Assassinos!

Fátima Moraes

OLHO DE VIDRO___FÁTIMA MORAES



As quantas andam Maria
Teus sonhos de engolir casas
Ruas, avenidas
Colher margaridas
Molhar a calçada
Aguar as rosas
E chorar escondida?
Agora te invoca
O concreto, as ferragens
Os trilhos das linhas
Fumaça que passa
Trator na estrada...
Olho de Vidro!
Eu mensageiro o trago
Embrulhado
Mandaram te dar
Na luz da manhã!

Fátima Moraes

LADO AMARGO ___FÁTIMA MORAES


Quem me vê assim tão boa
Não sabe que arde em mim
Outra pessoa
Aquela que não se elogia
A que provoca orgias
Com sentimentos à toa
A que se revolta em sua porta
A mal-amada, a acusadora
A quem a vida não pisa
Pisa ela nas pessoas
E mais que isso
O meu sangue em rebuliço
Quer manchar o verso escrito
Quem me vê assim tão boa
Há de se enganar de pessoa
Não quero o amor, nem a flor
Quero causar a dor
Despetalar a rosa
Degolar a que em mim vivia


Minha revolta me leva a isso
Por isso não amo
Só ao mar perdôo
O mar, com seus ouriços
Os outros esperem...
A cólera avança
Mansa... Avança!
A fúria do mundo todo
Alojou-se em minha pessoa
Não quero mais amigos
Inimigos posso ter
E minha guerra comigo
Essa hei de vencer.
Não mais escuto a voz
Que me fala
Só atino ao grito
Quero pisar a grama
Rir de quem ama
Fechei a porta
A Inês é morta!

Fátima Moraes

A CARAVELA__FÁTIMA MORAES


Passou por mim
Ainda agora, trôpega
A caravela dada como extinta
Não era Pinta, não era Nina
Era a que tinha nome de santa
Passou doida pela calçada
Empurrada pela molecada
Mas a aparência...
Ah, a aparência...
Era a que tinha nome de santa
Sob rodas tortas
Pela calçada seguia troncha a caravela
A vela feita de pano
Encardido, velho, opaco
Voando presa ao mastro
E os meninos levavam em risos
Esse monumento
Que parecia estranho
Mas que aos meus olhos
Que tudo via
Era a caravela Santa Maria!

Fátima Moraes

sábado, 6 de março de 2010

QUEM É CACAU LOUREIRO


Cacau Loureiro - Claudia Maria Loureiro da Silva, nascida aos 26 de março de 1966 na cidade de São João de Meriti, RJ, onde foi criada e vive até hoje com seu marido e um casal de filhos.
Tomou gosto pelas letras ao ler Gonçalves Dias em sua inesquecível Canção do Exílio, e logo vieram outros poetas como Amado Nervo, J.G. de Araújo Jorge, Manuel Bandeira e Rui Barbosa.
Sua referência na vida e na literatura foi seu pai, filho de portugueses e que embora humilde, era honesto e ávido leitor e que comprara no início dos anos 70 algumas coleções de livros, entre elas O Sítio do Pica-pau-amarelo de Monteiro Lobato e a coleção de Maravilhas do Conto Universal que a poetisa manusearia por toda a sua infância, além das revistas em quadrinhos que era uma febre na época.
Aos dezesseis anos começou a despertar para escrever poemas e textos em prosa, quando ingressou no curso de Formação de Professores, formando-se em 1985. Período em que lia tudo o que via pela frente, pois seus questionamentos existenciais moviam-na à escrita de uma forma espontânea e compulsiva.
Participou do grupo Meriti Fazendo Arte (Movimento Literário do Município), fez parte do Armazém Cultural da Baixada que promove eventos no mês de abril abrangendo todo tipo de arte. Publica também em sites de amigos crônicas e poemas. Participa de oficinas de literatura e organizou e planejou apresentações de biografias de autores brasileiros em vários espaços culturais, é membro fundadora e diretora social da ONG Multicultural Paquetá a Ilha da Poesia.
Seu Blog Pessoal: http://www.liricosolhares.blogspot.com/

CÉU LARANJA___CACAU LOUREIRO


Em aspirações recorrentes avisto
os campos prometidos...
Em tua seara provei de mais nobre fruto,
gosto ímpar que jamais experimentarei de novo.

Vastidão tremenda de despetalados malquereres,
mas, onde ainda há sementes germinando em profusão...

Constato que o colorido de outrora
permanece incólume, novedio.

Há a viração das noites solitárias
que envolve o buquê
dos amores confiados ao vento.

Nas esferas que me foram lume de estrelas
eu enfeito ainda os meus tempo presente;
longas e padecidas horas que esvoaçam lembranças...

Há tanto pesar a permear a florada em que me abraço,
pois que a dor é para os simples de afeto...
também para os gigantes de alma.

A brisa do vazio que me cerca traz canções várias,
tristes árias a ecoarem na escuridão primaveril
em que meu peito arde.

Caminho a esmo
através do verdejante que a esperança
que renasce em mim como pôr de sol...

Há no céu laranja que me mostraste nalgum dia
feixes da pequenina flor
que hei de chamar para sempre...
a margarida do amor!...

Cacau Loureiro

CORAÇÃO GENUÍNO___CACAU LOUREIRO


Eu desponto novo céu, nova paisagem,
em luz,em calor,em comoção...

Como veleiro a singrar sem ansiedades
em mar de calmaria...
Adentro este mundo enigmático
e promissor das estrelas perenes
do crescimento interior.

Sobrevoo campos verdejantes sem fim,
pois que infinito pode ser o coração humano
em sabedoria,em amor.

Nas distâncias pouso teus olhos e adormeço
sob teus cílios espessos como virgem mata.

A estrada entre tu e eu,
é, ao mesmo tempo, tão curta e larga.

A lira por onde te toco sensibiliza-me,
posto que hoje és a cifra mais bela
de minha pauta outrora
esquecida no empoeirado tempo onde permaneço.

A tua melodia em meus ouvidos como o ar que respiro,
como o sol em minha pele, como o sorriso em minha face
faz-me oscilar ritmadamente em teus sons aprazíveis,
até oblíquos.
Eu enxugo meus olhos em tuas mãos benéficas,
em teus lenços macios e quentes.

Desperto em teu berço de montanhas altaneiras,
pois que há azeite em tuas metáforas,
há néctar em tuas palavras
há açucarado leite
em teu impermisto coração menino!...

Cacau Loureiro

CORDIAL_CACAU LOUREIRO


É belo o sol que se levanta contigo,
posto que já é verão em meu peito incontrito.

Como flor do dia a clarear minha alma
insana eu dirijo a minha prece ao Pai.

Porque quero que todos os mantos de bondade
cubram-te de bênçãos e amor...

Eu olho o mar que se apresenta a minha frente,
e ele é vasto como o calor que arde em mim.

O horizonte que se perde nele
me faz ir ao teu encontro,
pois que já não quero mais estar aqui...

E eu viajo nestas letras
que se ajuntam em meu coração destoante
em música suave e juvenil,
danço em tua rima cálida,
porém terna que me faz vibrar em pele,músculos,
e alma e coração.

O meu corpo diz, eu quero;
meu âmago diz eu preciso...
E em todas estas necessidades
eu estendo a ti minhas mãos de afeto.

Pois os laços se fazem no invisível
e também nas distâncias dos olhares,
na extensão das vias e dos trilhos
desta belíssima viagem.

A estrada que meus olhos não alcançam
é infinita em sentimento primevos,
porque tudo é novo e renovado em ti.

Meu ser em cânticos encantado está;
o doce som que vem aos meus ouvidos
acalenta meus sentidos primitivos,
minha carne ardorosa.

Nesta aura misteriosa eu desfio meus versos frágeis,
meu espírito baldio,
e ainda sim desbravado por ti.

Fito as flores que o astro rei insiste em avivar,
são as belas rosas do caminho...
aveludadas e cheias de cor.

Tenho o privilégio de assistir ao milagre da vida
reacendendo o meu estro
para o mais cordial amor!...

Cacau Loureiro

PORVIR__CACAU LOUREIRO


Eu desejei tanto a claridade, as coloridas flores,
o multifacetado arco-íris, as espessas rosas rubras
o saboroso vinho, a terçã febre dos desejos...
Mas o egoísmo sombreou
e envenenou o meu sentimento mais sublime.

Num ímpeto abri da razão as janelas,
soltei as asas,libertei-me das amarras,
e de repente
o sol que outrora brilhara em meu caminho
trouxe a dolorida,mas necessária liberdade.

Nos jardins por onde sonhei
as sementes atrofiadas frutificaram
imaturas sob o peso do raro fruto
que eu deveria colher.

Minhas mãos sujas da terra amarga,
meu coração ensangüentado por duros espinhos,
minhas loucas palavras vociferadas
foram espadas a matar daninha erva.

Maldito amor, mundo infame fez-me perceber
como as almas são tão rasas.
A cova eu sei, ora é dos lobos, ora dos leões!...

Não há temor, pois descobri que as flores
superficiais não sobrevivem às intempéries,
porque há de haver para se susterem
perante a luz o forte laço da lealdade.

Não há mais sonhos posto que o trajeto foi interrompido,
por ambições funestas, por falsidades
corrompido foi por aspirações tão pobres e torpes.

São ignóbeis os que não penetram fundo no humano espírito,
estes são andróides
a se fingirem em humano aspecto.
O verbo duro lançou navalhas
em têmpera esfumaçada em covardia.

Mas, eu não me deito em dores,
eu encaro a vida,
ignoro os fúteis,
não me perco em tempo pretérito.

Eu sigo a estrada...
E sem salvaguardas
o meu futuro eu escolho hoje!...

Cacau Loureiro

SEMIDEUS___CACAU LOUREIRO


A emoção como temporal alagou meus sentimentos...
Ah! Estas torrentes por onde não sei nadar!
O tempo fechou-se nas abundantes águas,
e eu desejando o sol,
pois sem sua luz não há esperança.

Seco meus olhos, lanço meu olhar ao céu;
lá onde ainda vejo o azul
eu descanso minha alma.

Ante as trovoadas eu fortaleço-me,
ante os relâmpagos reconheço-me,
ante o silêncio compreendo-me,
ante as provocações arrependo-me...

Como semideus ante os destroços da história
eu sigo empunhando minha espada,
marcho arregimentando meus soldados,
prossigo enterrando meus mortos...

Mas, não há tempo ruim
para quem cultiva o entusiasmo,
para quem aprendeu a fortaleza.

Nesta cinzenta manhã eu descobri um arco-íris
e pintei meu coração com suas cores...

Apesar do corpo combalido,
o meu espírito altivo ainda sonha em migrar como os anjos,
ainda deseja cantar como os pássaros,
deseja ainda voar como Ícaro.

Ainda deseja ser forte como um herói.

Cacau Loureiro

QUEM É MARA ARAUJO


Me pedem para falar de mim. Me retraio, cismada como um gato. Me pergunto pra que? preciso falar de mim? Não posso ser aquela que apenas sente, que apenas sonha? Preciso ter um nome, um sobrenome? Começo a tatear passado gradativamente. Meio confusa com quem sou. Sou tantas voltas rodopiadas. Preciso falar que habito no mato, isolada? Em cio constante com a vida. Me equilibrando em corda bamba, e as vezes fujo de mim? Navego em mares bravio e sinto medo. As vezes sou um pântano cheio de cipreste e ficção. Sou de intensa intimidade. Fico confusa querendo entender o que expor. Posso dizer que me sinto filha do vento. Que durmo nas luas. Mergulho nas ruas. Voo com borboletas e tenho cheiro de flor. Num estado além da compreensão. Sangrando todos os meses unilateral. Cativa e igual. Me pedem pra falar de mim. Me retraio... Cismada como um gato.
Penso que por mais que eu tente, jamais conseguiria escrever sobre mim o que meus textos, os meus escritos dizem. Eles desvendam toda a minha alma. Escrevo o que sinto, o que vejo, o que absorvo no ser humano. Escrevo vida! Se algumas pessoas gostam, é porque são sensíveis à humanidade, Rubens Alves sintetiza isso numa frase: "Se alguém, lendo o que escrevo, sente um movimento na alma, é porque somos iguais. Eu, Mara, tenho apenas certa facilidade em colocar sentimentos no papel, só isso, e é o máximo que consigo falar. Espero que gostem do que escrevo.
Outros links em que os amigos podem me ler:
http://mara-araujo.blogspot.com/
http://www.orkut.com.br/Community?cmm=94764011

INTROSPECÇÂO____MARA ARAUJO


Deixa-me assim quieta nos intervalos, não quero aglomerações, fala e gestos carregados. Tenho fases agudas de introspecção e silencio onde, até eu sou obrigada a respeitar. Não há como ultrapassar, como invadir esse limite de gelo, onde um olhar sério me espreita de dentro para fora, com uma gravidade que não me arrisco a entender. Enlace, estado que não avisa quando começa e nem quando termina, apenas chega e instala-se por direito. Densa floresta interna onde todas as coisas discutíveis se aninham como se hibernassem, num estado profundamente conhecedor, além, muito além de todas as palavras e de toda a nossa estúpida dimensão humana. Caminho quieta, à parte, nem alegre nem triste, dentro de uma lucidez de profundo respeito. Deixa-me assim quieta, sem peso... Enquanto os pássaros dormem

Mara Araujo

NOITE DE VAGALUMES__MARA ARAUJO


Irei beirando o mar, enquanto um vento manso apagara meus rastros, levara meu cheiro agreste para algum lugar, outros sistemas, outras paragens. Desenharei meus caminhos na terra a cada passo meu, em uma solidão terna, mansa, sem datas nem direção, porque não terei pressa e estarei feliz. Dormirei nas árvores com os bichos e comerei folhas, raízes e amoras, beberei dos orvalhos das manhas e não terei sede. Enfeitarei os cabelos com flores e farei colares de estrelas. Banhar-me-ei nua nas águas dos rios, na chuva, e terei historias pra contar, cheia de caminhos, de léguas, de sabedoria, de renovação, em noites de vaga-lumes onde a lua me guiara cheia de verdes, de azul, de brilhos, e não mais terei medo, porque farei parte da vida e andarei no seu tempo, e ela, me levara pelas mãos

Mara Araujo

MEUS VERSOS___MARA ARAUJO


Meus versos nascem por uma necessidade, imposta, gritante, cortante, que me depõe, me propõe e me embarga. Uma urgência de parto. Nascem fragmentados ou inteiros, feito um raio, uma luz inesperada e aflita, cheios de magnitude, queimando ardentes. Nascem de uma frase um olhar, um pensamento, um sentimento, uma saudade. Mas, nascem quando querem, com vontade própria, e é sempre uma surpresa pra mim, um ensinamento, uma historia de vida, que me absorve, me orienta, envolve e seduz. Meus versos, são meninos querendo brincar. São crianças que nascem pulando imperiosas de um tempo prenhe de paixão, de vida e sentimentos reais


Mara Araujo

QUEBRA__MARA ARAUJO


Ah, as mulheres, tão plenas de envolvimentos de implicações, menstruações e TPM... Sonhando sempre com um louco amor e um pouco de paz, pra deitar a cabeça e dormir, cúmplice. Perseverantes, pacientes e apaixonadas, suportando sempre um pouco mais, de tensão, de paixão, de traição a doer na alma. Ah, as mulheres, tão fartas de sonhos, de dengos e intenções. Mercuriais, galácticas e planetárias, impacientes e lúdicas. Mulheres fartas de contradições a espalharem teias, abismos e emendas, desenhando estrelas em todos os céus. Traços marcados e um diabólico perfume de entranhas a deslizarem pelas frestas do corpo. Essas mulheres, tão plenas de argumentos, de gestos deslizes e artimanhas. Rododentros, matizes, raízes e espalhafatosa desordem. Mulheres de insaciável luxúria, de truques a confundir tudo, cheias de quedas de quebras, de ginga, feitiço de todas as eras... Que vou entregar-te, com água com ondas, com sinos, com festas, gemidos e todos os corpos astrais.

Mara Araujo

PARADIGMA___MARA ARAUJO


Cheia de léguas, ares marinhos, pactos, limites e volúpia. Farta de incoerências, a penetrar no ponto mais profundo do grito. Não quero toques, movimentos de mãos, de asas, gestos medidos sem reflexo. Quero o mergulho, a profundeza do mar, suas dores, sons e mistérios. Quero a vastidão da lua negra nas noites insones, fantasmas e lobos, babas, fluidos e liquens. Quero a paixão que uiva, cheia de marcas, de laminas. Quero a junção, a fusão, pra matar essa sede de ultima solidão. Mata devastada. Explosão de desejos em átomos, estrelas e unhas, submetida a sua força em seus precipícios comuns, cheio de sonhos, entranhas, espumas e vísceras. Garras e dentes a circular livremente em pequenos passos rápidos, cheio de habilidades quando lhe abro portas, como um liquido em ebulição que transborda, com saudades de um passado que mora debruçado na janela das minhas lembranças, na magia da cumplicidade dos versos.

Mara Araujo

SUBLIMAR__MARA ARAUJO


Onde enterrar esse medo moto-contínuo repleto de magnitude, de arraias, aranhas, e uma solicitude que me envolve como um amante, cheio de braços, mãos e fantasias. Fantasmas que dominam em uma auto-imolação desencadeando cismas e conflitos. E começo a pensar que fiz tudo errado, que excedi no tempo, cheia de quebrantos e feitiços. Corri demais, irremediavelmente obscena nos versos e sentimentos, não me poupei! Sempre no último movimento, como se fosse morrer. Atmosférica, cheia de cetins e entusiasmo. O fogo de Deus! Movimento ininterrupto de sangria. A alma a cair-me aos pés, cheia de ranhuras, a denunciar vida entre conflitos, curvas e todas as paixões a arderem. E agora tenho medo, porque não cessam, porque não param. Vivo num mundo à parte, muito longe do lugar-comum, transpirada de sol, apaixonada e cheia de versos subliminares, de tules e asas.

Mara Araujo