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domingo, 15 de agosto de 2010

QUEM É MARIA VALÉRIA REVOREDO


Maria Valéria Revoredo (1959 - São Paulo/Capital) envolveu-se, na adolescência, com adaptação de textos para dramatização em teatro escolar, criação e direção de peças teatrais infantis. Apaixonada pela literatura cursou Letras na Universidade de São Paulo.
Na maturidade sua vocação ressurgiu, despertando em forma de poesia. Seus livros infantis estão em concursos, ainda inéditos.
Classificou-se em 2º lugar no Festival de Poesia Falada de Varginha 2009. Em seguida ganhou Menção Honrosa no Centenário de Franklin Cascaes e no Centro Comunitário de São Paulo, no concurso Prêmio Cleber Onias Guimarães 2009. Por Menção Especial no concurso 2ª Jogos Florais do Século XXI publicou no “Poemário”, antologia ibero americana lançada em Montevidéu em abril de 2010 pela Editora aBrace.Trabalha atualmente como secretária na área jurídica, num escritório de porte nacional.

http://mariavaleriarevoredo.blogspot.com/
E-mail: mv_revoredo@hotmail.com

AMOR- DE- ROSAS___MARIA VALÉRIA REVOREDO


Com secura de olhos me regas
Dói a sede, raiz de sentimento
Na ausência sou muda que negas
Sem carinho não tenho alimento

Pelo medo que tens dos espinhos
Já nem vês que me vou colorindo
E que na fome de teus carinhos
Ao esperar-te, eu vivo florindo!

Duvidas! Cuidando ferir, evitas!
Nas verdades que minto fantasias
Estão minhas flores mais bonitas!

Não vês... Então me visto de rosas!
Na maciez de toques pressentidos
Inebrio, derramo pétalas saudosas...

Maria Valéria Revoredo

EMERGIR___MARIA VALÉRIA REVOREDO


Este sentir indomável
que trago dentro de mim
é quem me faz, insaciável,
transformar pedras em jardim.

Onde há espinhos
suponho flores.
Fecham caminhos,
vejo-os em cores.

Se me tiram o sono
acordada eu sonho.
Se ferir o abandono
mais versos componho.

E o lapso de tempo – perdido -
entre o sentir e o refazer
encontra-se sabendo não ser medido
como o comum, a transcorrer...

Ele tem vida e gira em voltas
que nem a lua ousa entender.
Ele é tão curto! E tão extenso...
que tem o nome próprio de Ser.

E afinal, este sentir...
é o que anima todo viver.
Se pedras e espinhos fossem
somente vistos como tal
não haveria nenhum motivo
para não me tornar seu igual.
Assim... retorno de mim
como quem tira da água o sal.
Seguindo uma trilha sem fim...
pintada em tela mental.

Onde a jardins ou pedras continuo
doando cores que nem possuo.
Regando flores que imagino.
Usando forças que não domino.
Intuindo aquilo que entrelaço.
Por entre nós que eu mesma desfaço.

Maria Valéria Revoredo

NÃO É MAIS MEU___MARIA VALÉRIA REVOREDO


Não é mais meu o meu amor.
Fez-me escrever poesia.
Trocar a noite pelo dia,
querer real a fantasia.
De mim se apoderou.

Às vezes me faz vulcão.
Queimando por dentro,
reprimindo o desejo
que não pôde realizar.

Então as larvas ferventes
escorrem em torrentes
fazendo-me nascente
de um rio que corre
querendo ficar.

Outras vezes me quer ciclone.
Destruindo qualquer retrato
que o destino tenha pendurado
em algum arame farpado
na estrada do teu caminhar.

Mas é na terra que meu amor se encontra.
No barro soprado que se fez vida,
no chão perdido - amor sem medida.

Sem ti não há palavras.
Nem poesia.
Fico vazia...

Maria Valéria Revoredo

PARTILHAS____MARIA VALÉRIA REVOREDO


O nó da garganta
Só rompe em soluços
No laço que afrouxa
No balanço que emana
Se a alma humana
Se lembra que ama

Se cai e se quebra
Se dói ou se nega
Se foge ou se entrega
Se é luz ou se é treva
Partilhas irmãs

Se banha-se em si
Se embebida espreita
O que aperta em seu peito
E o que espera de si

O laço se afrouxa
No dual do existir
Quando a força se encontra
No equilíbrio das ondas
No vagar do insistir...

Maria Valéria Revoredo

TRAVESSIA___MARIA VALÉRIA REVOREDO


Atravesses tua ponte
Feches teus olhos, venhas sem medo
Encontrarás teu maior segredo:
Teus desejos inconscientes ali defronte

Verás então que a distância
Não se mede pelos mares
Mas pelo encanto de olhares
Que preencher-te a ti é tua ânsia

E repleto de estares sozinho
Adoces as águas que adornam a ponte:
São tuas próprias esperanças
Que jamais secaram na fonte

Verás que águas doces são preferidas
Por não aceitarem medidas
Quando fazem rimar as vidas
De duas almas divididas

Maria Valéria Revoredo