.

domingo, 8 de novembro de 2009

A MORENA TRIQUEIRA___CLEIDE REGINA SCARMELOTTO


Homem que se vai.
Abraço que ficou aqui.
Numa tarde colorida, cai
Cor de açaí.
Com Jabá.
Cor de arara azul.
A cantar...

Mulher que fica.
Trigueira serteneja
A brindar a vida
Mesmo sendo uma peleja
Não chora mais a partida.
Só lamenta que seu abrir.
De boca, de pernas, de coração.
foi o verbo, prazer e sentimento a fluir.
Para seu bem querer.
Mas ele só prazer.

Filho que nasce sem pai.
Tarde que cai vermelha de sangue
Com a sombra e uma palmeira.
parindo em baixo de um mangue
Que uiva no vento a dor da trigueira
fértil terra de sementeira.
Sertaneja tem alma, tem corpo, verbo coração a trigueira.
Mas é somente chamada de mãe solteira.

Cleide Regina Scarmelotto

0 Comentários:

Postar um comentário

<< Home