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quarta-feira, 18 de junho de 2008

QUEM É BILÁ BERNARDES


Maria Angélica Bernardes dos Santos - nasceu em SantoAntônio do Monte - MG. Tem três filhos e três netos.Em 1970 mudou-se para Belo Horizonte onde trabalhou como professora, tendo se aposentado em 2005. Desde 1995, atua também no atendimento clínico psicopedagógico.Participou das antologias no XIV e XV Congresso Brasileiro de Poesias,em Bento Gonçalves, RS, (2006 - 2007) e no Belô Poético (2007). Seu poema Saber Hiperativo foi publicado na revista EPSIBA, em Buenos Aires(2006).





**Textos extraídos do site www.almadepoeta.com

LIVRO PUBLICADO POR BILÁ BERNARDES


Em Janeiro de 2008, publicou seu primeiro livro solo: FotoGrafias de DesCasamento

***Tem outros três livros organizados. Sua poesia circula entre amigos,poetas e sites da Internet.

ADORNOS____BILÁ BERNARDES


um leque colorido
cobre um canto
da mesa-de-canto
fotos em um porta-retratos
um baralho
que reúne amigos
às quintas
nos jogos de buraco
objetos-lembrança
de momentos alegres
presença do ausente


Bilá Bernardes

PARA APRENDER___BILÁ BERNARDES


Para Aprender

alfabeto

ou qualquer outro

dialeto ou objeto

não basta estar alerta

não basta o concreto



Para Aprender

e transformar

conhecer em saber

não basta decreto

muito menos resolve

ficar quieto

em atitude correta



Para Aprender

qualquer coisa

que lhe afete

marque, transforme

e se construa projeto

há que circular

o afeto


Bilá Bernardes

SENSIBILIDADE____BILÁ BERNARDES


Pele sensível
dos lábios
toca outra pele sensível
Se sentem
se conhecem
se penetram
se dominam
e perdem o domínio



Bilá Bernardes

CREPÚSCULO____BILÁ BERNARDES


Há um incêndio surgindo
por detrás das nuvens
Há um fogo no céu
escondendo o azul
Há reflexos de ouro
nos prédios à frente
É o sol no poente
das tardes de Abril


Bilá Bernardes

NO ESPELHO____BILÁ BERNARDES


Meu espelho reflete

paisagem que procurei

escolhi



Meu espelho me mostra

belezas que encontrei

reconheci



Meu espelho retoca

um tempo em que chorei

vivi


Em meu espelho os riscos

de sonhos que sonhei

construí



No espelho as marcas

de tempos em que muito amei

senti



Percebi no espelho

que a vida não só passava

ela entrava em mim


Bilá Bernardes

LEITURAS___BILÁ BERNARDES


Escuto o silêncio
Pássaros gorjeiam
Carros transitam
Ouço meu coração
Alguém mexe na cozinha
Ouço meus pensamentos
Um cão late ao longe
Ouço o meu interior
E escrevo - me inscrevo
E me aprendo


Bilá Bernardes

QUEM É IZABEL DIAS


Izabel Dias é paulista nascida em Mauá.Atualmente reside em Guaratinguetá/SP.Sempre adorou poesia, mas descobriu há pouco tempoesta magia de falar em versos.Formada em Ciências Econômicas, Automação de Escritórios e Secretariado.Está iniciando seu vôo na poesia.





**Textos extraídos do site www.almadepoeta.com

ANJOS AMIGOS___IZABEL DIAS


Existem anjos que

despem-se de suas

asas pra estar entre nós,

como gente.

Com seu carinho,

traz a amizade,

o respeito e fazem

nossa vida mais doce.

Sofrem até mais

que humanos,

mostrando assim a

presença de Deus

em nossas vidas,

através da humildade.

Ficam durante o

tempo necessário

à sua missão e

quando chega a

hora de vestir asas

as e alçar novo

vôo para o lugar

onde é chamado,

deixam muitas saudades,

mas também a certeza

de que fomos abençoados

pela presença deste

anjo carinhoso,

que por onde for

levará a união e o

carinho, fazendo

sempre uma ciranda

de amigos...

Uma e (terna) amizade!


Izabel Dias

SEMPRE MENINA___IZABEL DIAS


Quando menina

com medo do lobo mau,

quisera crescer

pra ser igual a mim...

Ah! Se eu soubesse

que crescer dói bem

mais que o medo

Que sentia...!

Vou me esconder

da mulher de hoje,

e, sem medo,

encontrar-me

na menina que

ainda vive em mim...



Izabel Dias

TRISTEZA___IZABEL DIAS


Tem dias que a tristeza

vem dissimulada...

Pega carona na brisa suave,

Chega de mansinho...

Se encontrar uma fresta,

transforma-se...

Vira furação,

Arrebenta fechaduras

Escancara todas as portas...

A alma se vê nua

Com vontade de chorar,

Desamparada,

Solitária a soluçar...

A calma chega.

Os soluços diminuem,

Olhos inchados,

Cansados.

O sono corre pra ajudar,

Mas sinto frio,

Quisera um cobertor

Pra aquecer minh'alma;

Vou procurar no sonho.

Amanhã será outro dia,

Prometo não chorar


Izabel Dias

CORPO E ALMA___IZABEL DIAS


A noite alforria suas sombras,

E seus fantasmas,

Deixa minh'alma

em constante conflito

com meu corpo.

Ela sabe voar e irao encontro da Paz;

Procura-te em sonho

se consegue suprir a

necessidade de carinhos,

a falta que me faz...

Mas o corpo, obstinado,

perece na matéria do meu eu;

Teima em aprisioná-la,

torná-la escrava dos ciúmes.

Visões e sentimentos

se confundem.

Minhas idéias

lançam gritos de dor,

gotejam lágrimas sentidas,

transbordando o rio,

que se recusa a secar.

Talvez, fosse eu:

o etéreo...

a brisa que toca tua face,

ou a luz que ilumina

os teus dias,

e eu traria muita paz,

aqueceria tua alma,

seria o teu Sol,

O nosso calor...

Não veria mais o breu da noite

E estaria, pra sempre,

Aconchegada no teu peito...

Quanto a mim,

eu seria só AMOR.


Izabel Dias

MEU SONHO____IZABEL DIAS


Cansada, adormeço.

O sonho chega...

Estou perdida em labirintos,

Está escuro e tenho medo.

Como louca, eu grito...

Você chega...

Não te vejo

Mas te sinto.

Tua presença me acalma,

Teu calor aquece a alma!

Mesmo escuro,

Sei quem és

Nunca te vi,

Sempre te amei.

Uma vida a te esperar,

Em muitos lugares, fui te procurar

Busquei-te em cada alvorecer

Mergulhei em rios escuros

Sufoquei-me em prantos.

Como demorastes a chegar!

A noite se vai

O Sol traz a luz

Abro os olhos e te vejo

Não estou a sonhar

Sinto-te aqui

Em meu peito,

Amor, Você!


Izabel Dias

SAUDADES DE MIM____IZABEL DIAS


Indefinível saudade!

Saudades do que não fui?

Ou do que não vivi?

Saudades do que não sei...

Sinto saudades de mim!

Perdi as asas ao caminhar.

Sozinha, no caminho sem destino,

sento e choro de saudades dos

anos que se foram e me deixaram aqui.

Dormi demais. A vida me sedou.

Sou mulher com vontades de menina.

Sai do prumo, estou sem rumo,

não sei para onde vou...

O espelho me diz que

está tudo bem.

Ele mente.

Vou quebrá-lo.

Superstição?

Quebrarei também.

Ninguém consegue me ver

além de mim...

Espero que ao menos

alguém possa me ler

nas entrelinhas, reticências,

aquém de mim...

Não sou poesia,

Nem poema.

Sou apenas alguém,

com saudades de si...


Izabel Dias

QUEM É TADEU PAULO


Tadeu Paulo, como gosta de ser chamado, nasceu na cidade do Rio de Janeiro, na era do Rio boêmio e da malandragem sem maldades. Estudou música e piano erudito até os 17 anos. Desde muito cedo, também, enveredou pelo caminho das letras, dedicando-se, primeiro à poesia. Com o tempo, passou a escrever textos um pouco mais exigentes e complexos, pela ordem, como, crônicas, contos, um romance e uma novela, além de uma peça para teatro. Curiosamente, jamais deixou que publicassem seus textos, embora a insistência de familiares, amigos e interessados em seu trabalho. Formado em Direito pelo Centro Universitário de Brasília – o CEUB, além de outros experimentos de curso superior (Problemas de Expressão, UnB). Venceu alguns concursos literários, o último deles em 1985 (o Concurso de Literatura, patrocinado pelo TST), onde foi primeiro colocado nas duas categorias a que concorreu: Crônicas e Poesias. Primeiro lugar no Concurso da Comunidade Poemas à Flor da Pele, em 01/05/2007.



*Textos extraídos do site www.almadepoeta.com

FOME DE AMOR___TADEU PAULO


tenho um tempo inteiro

pra engolir o teu olhar

e sentir o sabor

dessa visão tão doce;

ah que se você eu fosse

não me enxergava

com essa fome de me ver...


Tadeu Paulo

POEMETO DA TRISTEZA___TADEU PAULO


faço da tristeza

a busca de meu encanto;

da amargura,

o encontro de meu canto;

da solidão,

o meu melhor momento;

das palavras,

a boca de meus sentimentos;

e assim, escolho

e recolho temas...

fazendo de cada dia

a alegria de compor

tristes poemas!


Tadeu Paulo

PENTAGRAMA____TADEU PAULO


Eu, só, cismo;

Eu sofismo;

Sofro, sangro e supero..


À dor me crismo,

Na cor escura

Do escarpado abismo.


A brancura impura,

Esse pecado, eu quero!


O meu grito só ecoa aflito

No aflito flerte

Do meu grito

Com o toque doce e reto

Do meu túmulo


Pois na rima rica

Desse rito,

Que me verga

E que me veste

Desse mito,

Sinto o acre

E ácido acúmulo

Em que me fito!


Tadeu Paulo

DE RUAS E SAUDADES___TADEU PAULO


Na rua vazia,

vadia a solidão caminha

-- nua --

e no meu peito

uma dor crua

-- sombria --

me lembra o medo

de uma ausência:

a tua!

LÁGRIMA CAUDALOSA____TADEU PAULO


Dentro de mim há um rio

de água calma e salgada

que me refrigera e me afaga

no calor da alegria ...

mas transborda

silente e frio

em cada dor

de cada amor

em cada triste despedida!



Tadeu Paulo

SENTINDO O GOSTO DA SAUDADE____TADEU PAULO


fluiu dos olhos,

(úmidos e molhados olhos)

riscou o seu caminho,

no rosto em desalinho,

e pendeu do queixo

por alguns momentos;

outros lábios, no entanto,

sorvendo teus sentimentos,

a furtaram de tua face

para te dara alegria de beijos...

fazer-te esqueceras saudades

e provar daquela lágrima,

agora na língua,

o sabor de tua tristeza!


Tadeu Paulo

QUEM É TONHO FRANÇA


Tonho França, é paulista, nascido em 1965, sob o signo de Áries, começou a escrever aos 12 anos para o Jornal “A Tribuna do Norte” de Pindamonhangaba. Depois de longo tempo em outras atividades, o poeta retorna e dedica-se a poesia, tem dois livros solos publicados “Entre Parênteses” e “Sinos de Outono”, e participação em 12 coletâneas, é membro da U.B.E, e da A.P.P.E.R.J. Ministra oficinas de poesia, faz trabalhos voluntários na área cultural para Ongs. Escreve editoriais e poesias para alguns jornais da região. “Escrevo não para agradar ou convencer, escrevo o que minha alma grita e meu coração extravasa, por devoção a arte, escrevo por ser extremamente a verdade”


Contato:E-mail: tonhofranca@terra.com.br


*Poemas extrídos do site www.almadepoeta.com

BLUES Á TARDE (COM FLAUTA DOCE...)___TONHO FRANÇA


Pausa à tarde ecoa flauta doce

Pelos canteiros da avenida

Brilha um alecrim-de-angola distraído

O charuto cubano mantém-me sóbrio

Apesar do cheiro de anis

(não aspiro à pressa dos prédios e dos homens)

Os elevadores presos no subsolo

Deixa-me com sensação de liberdade e improviso

(lembra-me blues, solos de blues)

Ainda tenho uma ampulheta,

Uma estatueta de louça

Fotos onde amarelam sorrisos brancos de tantos amigos

(todos ali estáticos como se não houvessem partido)

Um sax americano dos anos sessenta

E alguns selos antigos

(o camelô da esquina vendia-me até sonhos...)

mas o charuto cubano é legítimo

essa lágrima que verte sozinha, é legitima

o verso que hoje não escrevi

fez-se por si e é legítimo

e essa pausa na tarde que ecoa flauta doce,

faz o sol pôr-se em mim, sol em mim

solos de blues,

solos de blues,

solos de mim...


Tonho França

SAUDADES,NADA MAIS...____TONHO FRANÇA


Almíscar, Artemísia, hortelã,

arruda, manjerona, cidreira,

Sonhos antigos semeados

Por canteiros e orações.

O colibri entre seduções,

Descansa na mangueira,

A tarde parece descer a serra,

Como se em prece, tão serena,

A noite logo chega,

O vazio na rede, tange o coração,

Lembra o amor que não se fez,

Voa colibri, um dia eu vôo de vez.


Tonho França

DOMINGO____TONHO FRANÇA


Os domingos passam por mim,

Não pedem licença,

Não perguntam dos meus hábitos,

Passam por mim,

A revelia, autoritários,

Eu não vivo aos domingos,

As lembranças, as cicatrizes

São profundas,

Eu alterei meu calendário,

Hoje eu sou segunda.


Tonho França

VOLTA...____________TONHO FRANÇA


Volta enquanto a lua existe,

Enquanto cantam as borboletas,

Os caminhos resistem ao erguer dos castelos.

Volta enquanto a maré está baixa

Enquanto trocam a guarda,

Rápido, a noite se encerra,

Volta, depois se entende a razão,

Volta, enquanto ainda bate meu coração.


Tonho França

SEM AMOR_____TONHO FRANÇA


Lanço ao chão a última taça

O cristal que já fomos cacos são.

E maldito seja o vinho que nele brindamos.

Éramos eternos, de repente passamos.

Já é tarde para qualquer pergunta

Já passou a hora de termos vozes,

Nenhuma música toca,

Nenhum ponteiro se move

O universo em profunda dor silencia

Enquanto os anjos reerguem as ruínas

Pois sabem, o mundo morre um pouco

A cada amor que termina.



Tonho França

ABAJUR____TONHO FRANÇA


Na sombra calada do abajur

Traços claros de um tempo

Que já não é mais.

Onde a música ouvia-se livre

A reluzir nas louças,

Nos vidros antigos da cristaleira.

O mesmo relógio que canta as horas

Inteiras, canta as meias-

Badalas parecem eternas,

Ba da la das

Ba da la das

O cachimbo e um vinho do porto

Protegem-me da solidão das pessoas

Mas o mundo ainda parece tão perto

Ba da la das

Ba da la das

A vida foi-se nos olhos claros da madrugada,

Na sombra calada do abajur

Já não mais.

Jaz...


Tonho França

quarta-feira, 11 de junho de 2008

QUEM É NÚRIA CARLA


Núria Carla Figueiredo Silva, nascida em Paranaguá, no Paraná. É acadêmica de Letras e de Direito. Escreve em sites literários há 3 anos. É membro efetivo da Academia Virtual Sala dos Poetas Escritores (AVSPE), de Efigênia Coutinho. E do site Luso Poemas, donde foi destaque em maio de 2008. Seus sonetos foram declamados no áudio blog do jornalista lusitano Luís Gaspar, no programa Lugar aos Outros nº 71. Fez parte do livro da escritora Vilma Belfort “Fique Comigo”, no poema Nada Demais. Presente também na Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos 45º volume, da Câmara Brasileira de Jovens Escritores com o soneto “Apologia à Poesia”.

SONETO AO SONETO___NÚRIA CARLA


De que me vale prisão sem volta,

De ancorada face bela aventureira,

De onde sonhos em revolta devotas,

Mantos de honras se espalham verdadeiras!...


E na freqüente honraria que vicia,

Na beldade de versos ritmados,

E na prisão em algemas ferinas,

Nos pulsos dos poetas cansados!...


Solidão a aportar em rimas solenes,

Em pétalas de sonhos, em críticos dias,

Regalo em anos-luz de alegrias!...


Não serei cativa de versos amargos,

Mas serei amante de versos malditos,

Se das prisões, sonetos libertados!...


Núria Carla

(Ledalge-pseudônimo)

AMBICIOSA____NÚRIA CARLA


"Para aqueles fantasmas que passaram,

Vagabundos a quem jurei amar,

Nunca os meus braços lânguidos traçaram

O vôo dum gesto para os alcançar..."(FLORBELA ESPANCA)


(....)



Meus braços que te acolheram com fulgor;

Como correntes de oiro e pedrarias,

Pondo acima do irracional ardor,

Meu seio, meu corpo em alquimia!


Em consagração ao teu ébrio abraço,

Pus-me a acender a chama da paixão...

Tormenta voraz, que me acorrenta ao teu laço,

Fagulhas de prazer, neste meu mundo sem razão!


Vasculha-me agora a alma quimera!

Corta-me os pulsos, se preciso for!

Mas, permita-me antes te dar de sobejo...


Meu tenaz amor, envolto em desejo...

Numa cama ardente, sem medo e pudor!

Corta-me do orgasmo, a jugular pantera!


Núria Carla

(Ledalge-pseudônimo)

AMAVAS___NÚRIA CARLA


Numa face concreta deste insano,

Peito meu, frio, ao teu edificavas,

Ah! Nígeras vozes ocultavas,

Na ternura evasiva, ledo engano!


Foi aqui, que ao meu choro amavas,

Fizeste deste meu corpo, leviano,

E desta mente, um roto pano,

Onde teu gozo sapiente, despejavas!


E hoje – sua imensa insensatez,

Fez de ti, ébrio nas lamas,

Que choras do temor em viés...


Mantendo-te um cão à palidez,

Permito-te ao meu olhar, as damas,

Que fazem dum homem, os seus pés!


Núria Carla


*Inspirado em PÉRFIDA, de Francisca Júlia.

FILHA MINHA____NÚRIA CARLA


Doce sorriso esse que t'envolve,

Como o macio travesseiro que acalenta,

Minhas noites de sono, onde te aninhas

Em meu colo, pra ter meu peito...


Doce caminhar é esse da esperança,

Que tens, quando acordas toda manhã

Seus olhos brilham, querendo descobrir

Um mundo lá fora pra seres feliz!


Neste meu soneto singelo,

Saibas que em ti, me vejo...

Como a menina que renasce...


Sem a sombra da tristeza...

Vida sem ti, não tem essência,

Basta apenas que me sorrias


Núria Carla

A FLOR DE LÓTUS____NÚRIA CARLA


Sou a alma em flor que labuta a vida
Que floresce nas madrugadas ventanas
Sou o hemistíquio solto, a guarida
Sou a tamanha florada ozana!

E que seja feliz em meus caminhos!
Pelos beija-flores ser beijada...
Pelas montanhas de oiro, sem espinhos
Sou a acariciante flor amalgamada!

E se sorrio pro mundo, pros receios!
Recrio sonhos em meu próprio seio...
Sou a flor que silva na estrada!

E que quer ser nuamente amada
Nas tardes ao vento, ser cortejada
Com meus sinais de méis, eu creio!

Núria Carla
(Ledalge, A Flor de Lótus)

COMO ESTÁTUA___NÚRIA CARLA


Fria, demente e insensível
Vagando por céu d’spuma
Nauta, romântica e terrível
Como estátua de gélido bronze
Escarro sonhos em suores brumas
Que recém dos pombos o batismo sagrado
Escombros sem cinzas
Da boca, somente restou sorriso pálido
Sem veste que esquentem minh’alma
Como estátua que morre sem o viço da calma.


Núria Carla

quarta-feira, 4 de junho de 2008

QUEM É MARA ARAÚJO


Mara Araújo,reside no Rio de Janeiro (RJ).Trabalha no setor imobiliário.Uma mulher de bem com a vida,meio atípica, que adora e acha o ser humano fascinante,que ama ser uma mulher plena cheia de esperança,e que ama escrever, poesia e sonhar.

Biografia____Mara Araújo


Me pedem para falar de mim. Me retraio, cismada como um gato. Me pergunto pra que? preciso falar de mim? Não posso ser aquela que apenas sente, que apenas sonha? Preciso ter um nome, um sobrenome? Começo a tatear passado gradativamente. Meio confusa com quem sou. Sou tantas voltas rodopiadas. Preciso falar que habito no mato, isolada? Em cio constante com a vida. Me equilibrando em corda bamba, e as vezes fujo de mim? Navego em mares bravio e sinto medo. As vezes sou um pântano cheio de cipreste e ficção. Sou de intensa intimidade. Fico confusa querendo entender o que expor. Posso dizer que me sinto filha do vento. Que durmo nas luas. Mergulho nas ruas. Voo com borboletas e tenho cheiro de flor. Num estado além da compreensão. Sangrando todos os meses unilateral. Cativa e igual. Me pedem pra falar de mim. Me retraio... cismada como um gato.

Fragmentos____Mara Araújo


Ah olhos meus que navegam mansamente em olhos teus. Ah olhos teus não tentem me enganar encantando os olhos meus. Não digam que é passado que viveram os olhos teus. Ah olhos meus não desvendem os mistérios que brilham aos olhos meus. Ah olhos teus não digam que a intensidade o amor e a paixão se varreram aos olhos teus, só os vendo os olhos meus. Ah olhos meus que navegam mansamente em olhos teus que acha que hoje é poema devaneios e solidão. Ah olhos teus eu vejo que ainda resiste desprendido e comovido. E que são de rara beleza aos olhos meus. Ah olhos meus não creia no que lhe dizem os olhos teus. Que está infinitamente cansado, desprotegido e alheio aos olhos meus. Dentro desta hermética foto feito um arquivo secreto, apenas humano aos olhos meus. Que navegam em olhos teus.

Me Calo!____Mara Araújo


POR QUE ME CALAR QUANDO MINHA ALMA GRITA? PORQUE ME CALAR QUANDO O CORAÇÃO DESCOMPASSA? PORQUE CALAR, NÃO GRITAR, NÃO FALAR QUANDO SE EMANA SENTIMENTOS TÃO PLENOS? PORQUE O SILENCIO COMO REGRA? ESSE SILENCIO COVARDE E INFERIOR. PORQUE ESSA MÃO QUE APERTA A GARGANTA, QUE ME SUFOCA SEM DÓ? PORQUE ME CALAR SE A VONTADE É GRITAR, É FALAR, É CONTAR, É SANGRAR. PORQUE ME SINTO PRESA A ESSA FORMA DE VIDA QUE NÃO CONHEÇO, HERMÉTICA, COMPACTA, QUE ME AFOGA ,ME SUFOCA, ME COMPRIME. PORQUE ME ADEQUAR, ENTRAR NA FILA, MARCHAR, QUIETA E IGUAL? MEU CORPO TREME DESIGUAL, IMPARCIAL E OBSCENO. PORQUE CALAR, DISSIMULAR, CONTROLAR, QUANDO A MINHA VONTADE É GRITAR, É FALAR QUE JÁ NÃO ENTENDO MAIS NADA, QUE SOU FRACA, E ME DESCONTROLO TENTANDO CONTROLAR ESTA NECESSIDADE TORTURANTE DE TE QUERER MAIS PERTO, UM POUCO DENTRO DE MIM...

Vortíce____Mara Araújo


Quero beber o inatingível. Ser além. Engolir estrelas e andar por ai em campos abertos. Grávida de sonho e etéreo amor. Invisível. Quero plantar margaridas, violetas e jasmins. Violando o espaço físico. Mudando o ton. Quero sorver o arrebatamento em espirais, como a saliva que molha os lábios bem devagar. Engolindo a paixão da boca molhada e quente. Quero verter o amor em extase. Sentir braços, pernas e coxas na pele das sensações. Sorvidas como Jaca madura, doce, melada, a lavar me o rosto alterado e ardente. Quero sim, quero mais! Quero o arremeço ao abismo de mim. Seduzida, estremecida. Nua nas circunstâncias.

Flores Mortas____Mara Araújo


Crianças rotas. Rolando em calçadas sujas. Fragilizadas e andarilhas, onde a vida passa lentamente. Crianças sendo pisadas, massacradas, expurgadas de compreensão. Crianças drogadas, desencantadas, alienadas, despreparadas e tão infantis à margem. passamos, olhamos, negamos essa tal aberração em preto e branco. O colorido morreu enterrado entre o medo e a indiferença. Fazem parte das ruas por onde caminho apressada tentando sobreviver. Passam aos meus olhos decantados como paisagens mortas, paisagens nuas. Sentadas, deitadas, enroladas, largadas ao relento e cansadas. Em eterno desamor que me fere a alma. Cheirando a cola dos meus sapatos sujos que me dão dignidade. olho para os lados. Não quero ver. Olho as de frente... e o medo! Porque este medo indecente covarde me retrai, quando quero dar direção? Crianças oprimidas e tristes, com olhos de desencanto. Suas bocas gritam, seus olhares agridem, e eu passo! tentando me esconder, me proteger do medo, das lembranças. Caminho em ruas tropeçando em corpos e caminhos andados. Voltando ao princípio de mim!

Compasso Lírico___Mara Araújo


Ah sublime magia. Esta que hoje veste meu peito, colorida e risonha. Amo te na essência por traz do escuro dos olhos, onde se guarda a alma em silencio. Amo te na transparência de um desnudamento de flores angelicais. Ah eu te amo meu amor. Pacificamente te amo enluarada e submissa. E colho raios de sol que emanam do seu corpo que agora jaz encantado. Prazeres que rompem comportas do meu corpo resguardado e dependente.Eu te amo nas horas maduras de consistente beleza. Ah êxtase sublime que seduz e me inunda o corpo no andar da horas. Amo a paixão que se esbarra, que se faz presente a invadir-nos em lassidão. Poema que nos absorve em paz ritmada e calma. Em doce enternecimento.