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terça-feira, 2 de dezembro de 2008

SAUDADE__ROSY MOREIRA


Essa incansável andarilha
de endereços incertos.
Que entra pelas frestas do vento
e se encaixa nos labirintos.

Se faz teia no ar.
É tanta que não cabe à luz do dia.

E se espalha e lateja
além do corpo entre o ausente
e a negra noite
entre a manhã e o açoite
ela floresce na terra e se despetala no ar.

Nada mais é do que o encontro
de um ponto de interrogação
e o ponto final.

Saudade!
curva torta das horas na linha reta dos dias
Dores em retalhos e gestos recortados
colados lado a lado.

Continua a vida.
e a saudade continua viva
na madrugada invade o sonho
que nada mais é do que um muro
onde ela se refugia...

Rosy Moreira

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