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terça-feira, 18 de março de 2008

RABISCOS___FLOR POETA

Não se espante
com meu riso arisco
é que não me arrisco
a me magoar de novo


se não me dôo
se não alço vôo
é porque a dor
ainda aflige o peito


é que a angústia
brada alto no leito
nas noites frias
a que me sujeito


e se me sobra um cisco
de orgulho, ainda arrisco
e mansamente perdôo
alucinada pelo canto
apaixonado que entôo


as letras de amor
que no papel rabisco
transformam-se em canção
para aquele que é bem quisto
e novamente amo, sofro, perdôo
abrindo as asas do desejo
e levantando lindo vôo...


Flor Poeta

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