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segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

SÓ SABIDO... O PAI FALÔ.___JOSÉ A.SILVÉRIO

O nosso DEUS é tão sábido
Que pra todos deu valô,
Eu não pude ir a escola
Mas na roça sou professô.

Lutei muito nesta minha vida
Me formei em muitas matéria
Assim criei toda esta minha famia
Assim como que longe da miséria.

Sem parafernaia sou homem do tempo.
Basta fecha um oio e oiá pro firmamento.
Que sei se vem sol, ou chuva, ou mais.
Sei inté de que lado pode vim o vento...

Manjo também desta tar de geografia.
Como me diz já a minha estudada fia.
Sei donde leva as estrada. Qué que fale?
Uma vai da na cidade, outra la pro vale.

Inté de somá os numero sou bom.
Quando ponho a ajuntá todo o gado.
No curral fica aquele grande montão.
Subo na porteira, óio e já sei o resultado.

Manjo inté dessa tar astronomia.
Das estrela sei o nome de todas ela.
Uma é brilhande, outra Maria.
Noutra botei o nome da fia, Gabriela.

Manjo inté de medicina de animar.
Eu que acudo os bichos no quintar
Quando tão no sufoco, no aperto
E o parto não é assim meio normar.

Acudo rapidinho com precissaõ.
Vo dando um jeitinho pra saída.
Guiando assim, mais assim cá mão.
Nunca perdi segue uma dessas vida.

Sei coisa co se não sabe de agronomia
Pois mexo cá terra quase todo dia.
Sei onde ela e dura e tem pedraria.
Onde plantá mandioca ou melancia.

Aprendi inté fala ingleis e alemão.
Pois falo com o meu patrão que é de lá.
Ele é surdo e eu converso sem confusão.
Faço sinar assim cá mão pra ele escuitá.

Tudo isto aprendi assim como que sozinho.
Observando os otros e também a natureza.
Na vida fui tomando pra tudo um gostinho
E ai minha vida se torno uma baita beleza.

Apesar de tudo que aprendi oiando cá vista.
Ponhei meu fio na cidade pra morde estudá.
Pra lê alguma coisa, um jorná, uma revista.
Eu só aprendi a lê o que a natureza quis falá

E despois a vida ta muito rápida.
Não se usa a mão pra morde planta.
É tudo maquinário muito moderno.
Com monte de catalo pra explica.

E assim meus fio pode lê de tudo.
E pra esta vida moderna se forma.
Eu já to veio, cansado e barrigudo.
Vo arma a rede pra mor de deita.

Minha correria inté já paro.
Meus fio todos já se crio.
Vo curti minha veia meu amo.
Inté o dia que DEUS do céu marco.

JOSÉ AUGUSTO SILVÉRIO.
ZITO

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