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segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

DE TANTO TE AMAR___Maria Fernanda

Eu te amo em todas as horas do meu dia,
e em todos os sonhos que apareces à noite,
e em todos os estragos e em toda folia,
que tu fazes sempre que entras na minha rotina.



Eu amo tudo que desfila pela tua retina,
eu amo teu jeito revelado de fazer descaso,
e em todos os labirintos em que te amasso,
que me transmutam e me tiram a energia.



Eu te amo com roupa simples e com alegoria,
e em todas as peças da casa em que me desnudas,
e em todos os beijos pelas minhas partes carnudas,
quando me incendeias e me calas de desejo.



Eu te amo até mesmo quando nem te vejo,
eu amo quando fico acordada à tua espera,
e em todos os atos em que te recebi uma fera,
que me transformaram numa mulher passional.



Eu chego a te amar loucamente de tão irracional,
ah, eu amo as tuas ausências e as tuas esperanças,
ah, eu amo as tuas descrenças e as tuas lembranças,
onde nem sempre sou tua personagem mais real.



Eu nem sei o que não consigo deixar de amar em ti.
Amo o sorriso, o compromisso, o carinho de mansinho.
Amo o abrigo, o amigo, as mãos macias nos meus vãos.
Amo o olhar, o apalpar, teu corpo no meu encostadinho.



De tanto te amar, já nem sei o que ainda tenho em mim.
Abandonei um projeto de vida que sempre alimentei.
Abandonei um pouco a certeza e hoje nada, nada sei.
Apenas que te amar me torna uma colombina sem fim.


Maria Fernanda Peçanha Martins

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